30 setembro, 2008

Sofro mais um dia sem ti

Hoje, já por mais um dia
A lua apareceu tão nua
E ninguém bateu à porta

Sem campainhas. Os cães
ameaçam ou festejam as
visitas nem. Não ladram...

As festas que te faziam
As horas de rebuliço, os
pássaros em chilrreio, as
auroras perdidas sob os
lençóis. Tudo é silêncio.

Silencio sem mais aquela
Sem tua leveza tão bela.
Ser sequer teu perfume,
desvanecido no tempo já

Dizer o quê? Nova jornada
é fechada, inda não estás.
Ausente de mim és, querida
meu amor inda é dor só, e
dizer que, de tanto assim?

Dizer nada, que não magoe
ainda mais a dorida passada
dos noites e dias, o distanciar
mais, cada vez muito mais de ti.

Rompem-se já as últimas fibras
enlaçadas na carne endurecida
do meu peito, que afrouxara
ante a visão do éden ao lado
teu, minha tão sempre amada.

É tarde, tão tarde, soa o alarme!

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