13 outubro, 2008

Elvis, Che, meu pai e o golpe de 64


O esperado, aguardado, ansiosamente acalentado lançamento do caprichado livro de Maria Luiza Castilhos será dia 15 de outubro em Porto Alegre, no Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega, centro da capital, às sete da noite.

Diz a divulgação preciosa da querida Bebê Baumgartem:

"A exemplo de outras obras surgidas recentemente e que abordam de forma delicada porém contundente os anos de chumbo vividos no Brasil durante a ditadura, o livro de Maria Luiza Castilhos traz um emocionante relato desse período sob o olhar de uma criança".

E não duvide de qualquer dos adjtivos que beiram à macaquice de auditório, é que há uma sincera emoção da coisa acalentada, de criança parida recém, que todos queremos beijar, mas que vinha sendo estimada por décadas antes de agora aparecer à luz.

A Bebê caprichou na divulgação:

Carinhoso, poético e ao mesmo tempo chocante e doloroso, o livro Elvis, Che, meu pai e o golpe de 64 (Editora Libretos) conta uma mesma história sob óticas diferentes: com a candura ingênua e realista de uma menina e, depois, com a visão crítica de alguém que descobre suas memórias soterradas, esquecidas no tempo.

A autora, não suspeite, tenha certeza, é minha camarada de longa data, amiga de emoções e medos, parceira de jornadas e conquistas várias, todas lindas e preciosas lembranças nossas.

Ela é psicóloga e nunca cogitara de se tornar escritora até que, daquele jeito, não sabia que era impossível, foi lá e fez.

No início queria que o pai escrevesse as memórias, para extravasar, exorcizar o doloroso período da vida da família da autora. Como o pai não conseguia dividir as lembranças sucumbindo às emoções que os acompanhavam, Maria Luiza começou a escrever.

Também foi determinante no processo de produção do livro o fato de conhecer Cecília Coimbra, psicóloga, professora da Universidade do Rio de Janeiro e integrante do grupo Tortura Nunca Mais, que insistiu na importância de romper o silêncio familiar provocado por um período onde incide o registro do proibido.

A travessia pela infância e adolescência de uma menina que sonhava com um baile no dia de seu de aniversário acontece sob um cenário de cidade do interior.

Nesse dia, no entanto, seu pai estava preso pelos golpistas de 64.

Mais de 40 anos depois, Maria Luiza volta ao tempo de menina e traz com ela todos os seus heróis: Elvis, Che e Artigas Castilhos, seu pai.

Maria Luiza Castilhos é psicóloga clínica com formação em Psicologia Social e Saúde Mental Coletiva. Foi professora da PUCRS e da ULBRA e atualmente é funcionária pública da rede municipal de saúde de Porto Alegre.

Uma mesa redonda seguida de autógrafos, no Memorial do Rio Grande do Sul completará o programa.

A conversa será sobre comportamento, política e cultura na formação do caráter da geração pós-ditadura.

Participam da mesa, além da autora, Frank Jorge, músico, compositor e professor, que irá falar sobre a importância da música e de movimentos como o Tropicalismo nesse processo; Pedrinho Guareschi, professor, filósofo, teólogo e apresentador do livro, e Luiz Carlos da Cunha Carneiro, diretor do Centro de Memória Documental da Ditadura Militar (1964-1985) – antigo Acervo de Luta Contra a Ditadura.

2 comentários:

  1. Fantástico!
    Na sua narrativa, a autora não nos poupa. Nos deixa presos desde a primeira página, naquele "levanta que vieram buscar o teu pai".
    É impossível ler esse livro uma vez só. É impossível tentar ler com calma, demorando pra não terminar. Não tem como deixar para depois.
    Obrigado, Maria Luiza, por este presente ao mundo.

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  2. ...Fantastico... pra mim foi eleito "o livro do ano"... Alias, dos ultimos 3 anos.... Leitura cativante e emocionante! Parabens para a autora!!

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