09 outubro, 2008

Em memória de Che Guevara e Luiz Pilla Vares


Da direita, em pé, Glênio Peres, Pilla Vares, Léa Aragón, eu, Jorge Waithers, o punho erguido.
Sentado, à direita, Carlos Araújo, ao lado de um diplomata cubano, na década de 1980.


Nesse oito de outubro de 2008,
Meu terno abraço, camarada
Nossos inimigos de ontem
Ainda hoje comprovam.
Por inépcia e desumanidade.
A justeza dos teus ideais.
A exploração do trabalho
Pela propriedade privada
Produtiva ou especulativa
Gerou demência mundial
Na sociedade, a falência.
Nos negócios até legais.
Alguns, poucos, raros...
Grandes seguradoras e bancos
Recebem dinheiro dos estados
(comitês executivos dos de cima)
É sangue e suor de multidões
Os aventureiros tão incapazes
Quanto gananciosos fraudam até a si
Agora pedem penicos, camarada.
Roubar o mundo todo é o objetivo,
Que os produtores paguem falências
Especulação. Correm por socorro
Banqueiros e farsantes à estatização
Negocistas privatistas arrombam bolsas
Sobrevalorizam a moeda podre, tontos
Capital do comércio fantasma, espanto
A usura restou no remanso, boiando
Furou o pneu da bicicleta do ano
Escapou a correia na descendente
É lomba abaixo e catraca, gente!
Minha mãe, já bem vivida,
Recomenda a quem o tenha:
Segure o rabinho
Do seu porquinho,
Com a mão, camarada
Em seguradora não.

*-*-*-*

Doloroso momento.
Luiz Paulo de Pilla Vares, acatado intelectual socialista gaúcho, faleceu na madrugada de hoje, 9.10.2008, em Porto Alegre.
Será velado a partir das 13 horas no crematório metropolitano, na Avenida Oscar Pereira. A cerimônia de despedidas ocorrerá às 20 horas.

*-*-*-*

Oportuno que se diga de Pilla Vares agora o que sempre disse a ele em vida.
E que torne a agradecer o muito que me permitiu aprender na caminhada com ele. O que de certa forma facilitou que lhe pedisse para apreciar criticamente como sempre fez com escritos e, se o quisesse, apresentasse o meu primeiro livro O dia do descanso de Deus, o que, para minha felicidade, ele acabou por fazer, pelo que muito lhe sou grato.

Foi o Pilla Vares um intelectual de competência, que falava ao povo das necessidades das pessoas e das classes. E da paciência para que se pudesse examinar as circunstâncias, conservar o necessário e transformar o requerido, em movimento dialético permanente, o que defende na obra Socialismo e Liberdade e em muitos artigos sobre política.

Amigo simples e terno, um trabalhador incansável pela conscientização sobre a realidade e a necessidade dos gestos de verdadeira mudança, da revolução dos de baixo, pelo fim da iniqüidade.

O acompanhei no sindicato dos jornalistas gaúchos e mais tarde na secretaria da cultura do município e na do estado, um pouco antes, no PT, para onde sempre insisti que viesse estar com outros socialistas que lutavam pela liberdade, desde que começamos a trabalhar em 1980 no jornal Zero Hora.
Adeus Camarada.
Agora és Luz!

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