17 dezembro, 2025

TRUMP APERTA O GARROTE NO POVO VENEZUELANO

Na tarde de 16 de dezembro, Donald Trump escalou o conflito com a Venezuela e escancarou as portas para uma guerra. O presidente dos Estados Unidos declarou oficialmente que o "regime venezuelano" foi designado como uma Organização Terrorista Estrangeira (FTO). Além da declaração há ações associadas como bloqueio "total e completo" de todos os petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. Trump utilizou a expressão "roubo de ativos" para se referir à expropriação e nacionalização de propriedades de empresas americanas pelo governo venezuelano ao longo das últimas décadas. Por esse raciocínio, as nações dos povos originários da América do Norte podem reivindicar suas terras de volta.


O bloqueio "total e completo" ordenado por Donald Trump foca especificamente em embarcações já listadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) e em uma "frota fantasma" que opera clandestinamente.

Os petroleiros e ativos alvo desta nova fase de pressão incluem:
1. O Navio Sequestrado: Skipper
Recentemente, as forças dos EUA realizaram a apreensão física do Skipper (IMO 9304667), um superpetroleiro (VLCC) interceptado na costa da Venezuela. O Skipper transportava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo bruto. A alegação é que usava uma bandeira falsa da Guiana e desligando seus sistemas de localização (AIS) para esconder operações em terminais venezuelanos.
2. Os Seis Petroleiros Recentemente Sancionados (Dezembro/2025)
Em 11 de dezembro de 2025, o Departamento do Tesouro dos EUA adicionou seis navios específicos à lista de sanções por "práticas de navegação enganosas".
Entre os identificados estão:
White Crane: VLCC construído em 2007, registrado nas Ilhas Marshall e com bandeira do Panamá.
Kiara M: VLCC com bandeira do Panamá, interceptado enquanto carregava petróleo venezuelano rumo à Ásia.
H. Constance: Petroleiro com bandeira do Panamá e propriedade ligada a empresas na China.
Lattafa: Embarcação de 2003, também com bandeira panamenha e proprietários chineses.
3. A "Frota Fantasma" (Shadow Fleet)
O bloqueio visa paralisar o que a espionagem norte-americana descreve como uma rede de navios sem bandeira ou com registros falsos que a PDVSA utiliza para contornar sanções.
Trump ainda mencionou que pelo menos sete outros petroleiros "com bandeiras falsas" foram identificados rondando a costa venezuelana e são "alvos primários" para interceptação pela Armada americana.
Diferente de sanções anteriores, que eram predominantemente financeiras (impedindo o uso do sistema bancário), a ordem de 16 de dezembro autoriza o bloqueio físico.
Isso significa que a Marinha dos EUA, liderada pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, tem autorização para interceptar, desviar ou apreender qualquer uma dessas embarcações que tente entrar ou sair de águas venezuelanas
A designação da Venezuela como uma Organização Terrorista Estrangeira (FTO) e o subsequente bloqueio naval anunciados em dezembro de 2025 geram conflitos diretos com os pilares do direito internacional contemporâneo e os princípios da Organização das Nações Unidas (ONU). Princípios que Trump não só desconsidera como joga à lata de lixo.
As principais implicações são:
1. Violação da Soberania Nacional e da Carta da ONU
Especialistas da ONU alertaram em outubro de 2025 que ameaças de força armada e ações encobertas contra Caracas violam a soberania da Venezuela e a própria Carta das Nações Unidas.
Artigo 2(4): Proíbe expressamente a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado.
A ação unilateral dos EUA ignora o princípio de que questões internas devem ser resolvidas sem interferência externa coercitiva.
2. Conflito com a Autodeterminação dos Povos
O princípio da autodeterminação garante que cada povo tem o direito de escolher seu próprio sistema político e econômico.
Ao rotular o próprio Estado (ou o regime que o controla) como terrorista para justificar intervenções, os EUA são acusados de tentar forçar uma mudança de regime, o que atropela o direito do povo venezuelano de decidir seu destino sem coação militar estrangeira.
A ONU e grupos de direitos humanos argumentam que sanções unilaterais e bloqueios navais punem a população civil, dificultando o exercício pleno da soberania popular.
3. Ilegalidade do Bloqueio Naval no Direito do Mar
O bloqueio de petroleiros em águas internacionais, sem uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, é considerado uma violação do Direito Internacional do Mar.
Especialistas afirmam que interceptar embarcações em águas internacionais sem base legal clara pode equivaler a atos de agressão ou execuções extrajudiciais se houver uso de força letal.
Relatórios indicam que grupos como o Tren de Aragua ou o governo venezuelano não realizaram ataques diretos contra o território americano que justifiquem a invocação do Artigo 51 da Carta da ONU (Legítima Defesa).
A justificativa de Trump sobre o "roubo de ativos" (expropriações) entra em choque com o processo legal internacional:
Disputas sobre nacionalização de propriedades de empresas estrangeiras (como a ExxonMobil) geralmente são tratadas em tribunais de arbitragem internacional (como o CIADI do Banco Mundial), e não através de designações de terrorismo ou bloqueios militares.
Precedente Perigoso
Críticos argumentam que usar a força militar para recuperar ativos privados cria um precedente que "extingue" as normas de diplomacia e segurança jurídica internacional.
Os EUA usam o expediente de utilizar leis internas (como o Patriot Act e ordens executivas) para fundamentar suas ações o que a comunidade internacional e a ONU veem como medidas para uma escalada unilateral perigosa que desafia a ordem multilateral estabelecida desde 1945.
Contexto Prévio
A medida foi justificada por acusações de terrorismo, tráfico de drogas, tráfico de pessoas e o "roubo de ativos" dos Estados Unidos. Em novembro de 2025, o governo Trump já havia incluído o Cartel de los Soles — organização que os EUA afirmam ser chefiada por Nicolás Maduro — na lista de grupos terroristas.
Ameaça de Incursões: Trump afirmou recentemente que operações terrestres na Venezuela contra "narcoterroristas" podem começar "muito em breve".
Esta designação é considerada uma escalada significativa na pressão diplomática e militar dos EUA contra o governo de Maduro, permitindo sanções financeiras mais rígidas e abrindo caminho para possíveis ações militares diretas.
De acordo com as alegações da administração Trump, o "roubo de ativos" abrangeria especificamente campos de petróleo e que o regime de Maduro utiliza petróleo extraído de "campos de petróleo roubados" que pertenciam a empresas dos Estados Unidos.
Menciona o confisco de terras e ativos físicos de corporações americanas (como a ExxonMobil e outras petrolíferas) que operavam no país antes das nacionalizações iniciadas por Hugo Chávez e continuadas por Nicolás Maduro.
Refere-se também "a dívidas não pagas e investimentos americanos tomados pelo Estado venezuelano sem compensação" considerada justa pelos EUA.
Trump condicionou o fim do bloqueio naval à devolução imediata de "todo o petróleo, terras e outros ativos" que, segundo ele, foram roubados da nação americana.
Essa retórica serve como base jurídica e política para a nova designação da Venezuela como uma Organização Terrorista Estrangeira (FTO), alegando que esses ativos "roubados" financiam atividades criminosas e de narcoterrorismo.

16 dezembro, 2025

A percepção sobre quem deve cuidar da segurança está fragmentada. A deliberação sobre a PEC da Segurança Pública foi adiada para 2026.

 A deliberação sobre a PEC da Segurança Pública (PEC 18/2025) foi oficialmente adiada para 2026. Como a segurança se tornou a maior preocupação do país em dezembro de 2025 (superando a economia), a população passou a cobrar resultados diretamente do Palácio do Planalto, independentemente de a competência constitucional primária (policiamento ostensivo) ser estadual.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado aparece na tevê em pré-campanha à presidência, bem pimpão afirmando que usa a caneta para garantir a segurança pública, que Goiás seria o estado mais seguro do país. Exibe dados dados recentes para consolidar a imagem e mantém a postura de "tolerância zero", que inclui o monitoramento rigoroso do andar de baixo, de presídios (sem visitas íntimas para líderes de facções) e a decisão de não utilizar câmeras nos uniformes policiais, defendendo a autonomia estadual para legislar sobre o tema.
O presidente Lula e aliados rebatem as críticas alegando que a segurança exige um "federalismo cooperativo" para combater crimes transfronteiriços e o crime organizado nacional.
Lula chegou a ironizar a postura de Caiado, sugerindo que, se Goiás é o único estado sem problemas, o governador deveria "ensinar os outros" em vez de apenas criticar a integração federal.
O Conflito sobre a PEC da Segurança Pública é o principal ponto de atrito entre Lula e governadores em 2025.
A PEC 18/2025 proposta pelo governo Lula, visa dar mais poder à União para coordenar diretrizes de segurança e reorganizar as competências da Polícia Federal e da nova Polícia Viária Federal.
Caiado é dos governadores que dizem que a PEC retiraria a autonomia dos estados e "engessaria" as forças policiais locais.
O embate antecipa um palanque das eleições de 2026, com Caiado tentando se consolidar como alternativa à disputa presidencial e furar o bloqueio à direita das candidaturas do filho zerolesado ungido pelo pai condenado encarcarcerado e a vai-não-vai do governador paulista,
O Governo Federal foca na descapitalização do crime organizado e no aumento de apreensões em áreas estratégicas sob competência da União (Polícia Federal e Rodoviária Federal).
A estratégia do Ministério da Justiça prioriza a "asfixia financeira" das facções via apreensão de bens e valores.
A PF registrou um recorde histórico de R$ 9,6 bilhões em bens e dinheiro apreendidos entre janeiro e novembro de 2025, um aumento significativo em relação aos R$ 6,1 bilhões do ano anterior. E em prisões e operações, realizadas 3.310 operações homologadas e 12.400 prisões pela PF até outubro de 2025.
As Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) realizaram 215 operações, resultando em 978 prisões e bloqueio de R$ 163 milhões.
Nos primeiros cinco meses de 2025, o Brasil registrou um aumento de 34,5% nas apreensões de drogas em comparação ao mesmo período de 2024.
De janeiro a maio de 2025, foram apreendidas 44.679 armas em todo o país, mantendo uma média de quase 300 apreensões por dia.
O Governo Federal ainda utiliza o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para financiar estados e municípios.
Em 2025, reservou R$ 1,2 bilhão para o FNSP (valor recorde de execução). A previsão de repasses fundo a fundo (diretos) para as secretarias estaduais de segurança é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
Considerando todas as modalidades (incluindo projetos específicos como a Casa da Mulher Brasileira), o montante destinado à segurança pública alcança cerca de R$ 2,5 bilhões.
Apesar dos números positivos e recordes de apreensões e investimentos, o governo Lula enfrenta desafios de percepção pública.
Pesquisas de outubro e novembro de 2025 indicam que a sensação de segurança piorou para cerca de 45,8% da população, evidenciando o descompasso entre os dados operacionais federais e a percepção de violência cotidiana nos estados.
Os dados de 2025 revelam uma grande confusão e divisão sobre de quem é a responsabilidade pela segurança nas cidades. De acordo com pesquisas recentes (como a "A Cara da Democracia" e levantamentos da Quaest e Atlas em 2025), o cenário é o seguinte:
1. Divisão sobre a Responsabilidade
* A percepção do brasileiro sobre quem deve cuidar da segurança está fragmentada, o que explicaria porque tanto governadores (como Caiado) quanto o presidente (Lula) são cobrados simultaneamente:
* Governo Federal: Cerca de 27% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade principal é da União.
* Aproximadamente 24% atribuem a tarefa aos estados.
* 16% consideram que a segurança deveria ser gerida pelo município.
Ainda uma parcela menor acredita que a culpa seria compartilhada entre todas as esferas.
Há um consenso crescente sobre a solução. Em abril de 2025, uma pesquisa indicou que 85% dos brasileiros defendem que a União e os estados devem atuar em parceria obrigatória, sem transferir a responsabilidade um para o outro.
Essa "zona cinzenta" na mente do eleitor é exatamente o que alimenta o debate sobre a PEC da Segurança Pública (PEC 18/2025), com o governo federal tentando mostrar que quer "ajudar a coordenar" e governadores como Caiado afirmando que a União deveria focar apenas em suas funções atuais (fronteiras e combate ao tráfico).
A votação da PEC da Segurança Pública proposta pelo governo Lula ficou pra 2026, e o mundo inteiro sabe que a bancada governista é francamente minoritária no Congresso e o povo tem assimilado que a maioria do congresso "não é exatamente amida da gente".
Como a segurança se tornou a maior preocupação do país em dezembro de 2025 (superando a economia), a população passou a cobrar resultados diretamente do Palácio do Planalto, independentemente de a competência constitucional primária (policiamento ostensivo) ser estadual.
A deliberação sobre a PEC da Segurança Pública (PEC 18/2025) foi oficialmente adiada para 2026.
A decisão foi tomada em reuniões do Colégio de Líderes da Câmara dos Deputados na segunda e terça-feira (15 e 16 de dezembro de 2025), sob a liderança do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Os principais pontos sobre o estágio atual da proposta são:
1. Motivo do Adiamento e Falta de Consenso
Embora houvesse uma tentativa do governo federal de votar o texto ainda em 2025, a falta de acordo entre as bancadas e impasses sobre pontos centrais empurraram a votação para o próximo ano, ainda mantidas as mudanças estruturais proposta pelo Governo Federal.
Apesar dos impasses, os eixos centrais da proposta original do governo continuam na discussão:
* Polícia Federal (PF): Ampliação de competências para atuar no combate a milícias e organizações criminosas de caráter interestadual ou internacional.
* Polícia Viária Federal: A atual Polícia Rodoviária Federal (PRF) passaria a se chamar Polícia Viária Federal, com poderes estendidos para patrulhamento ostensivo não apenas em rodovias, mas também em ferrovias e hidrovias federais.
* SUSP na Constituição: A constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) para garantir que a União possa estabelecer diretrizes nacionais obrigatórias para os estados.
O adiamento também afetou outras pautas relacionadas, como o Projeto de Lei Antifacção, proposta para realizar um referendo popular em 2028 sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes violentos ou ligados a facções e a transformação das Guardas Municipais em Polícias Municipais, com a polêmica a exigência de um mínimo de 100 mil habitantes para a mudança e a necessidade de aval estadual.
Com o encerramento do ano legislativo em 19 de dezembro de 2025, a análise do texto será retomada apenas em fevereiro de 2026, quando o Congresso volta do recesso. O governo Lula mantém a proposta como prioridade, sinalizando inclusive a criação de um ministério exclusivo para a área caso a PEC seja aprovada.

TRUMP CLASSIFICA O FENTANIL COMO ARMA DE DESTRUIÇÃO EM MASSA

 As principais rotas de origem do fentanil que chega aos Estados Unidos envolvem primariamente o México como ponto de processamento e a China como fonte de precursores químicos. A maior parte do fentanil ilícito é produzida em laboratórios clandestinos no México, controlados principalmente pelos cartéis de Sinaloa e Jalisco.



A China produz esses precursores químicos para finalidades legítimas, sendo que possui uma das maiores indústrias químicas do mundo, o que propicia desvio de parte da produção legal para o mercado ilícito.
Em novembro de 2025, a China implementou novas regras de exportação que exigem licenças especiais para 13 desses precursores quando destinados aos EUA, México e Canadá. Essa medida visa garantir que os químicos cheguem apenas a compradores legítimos, como a Indústria Farmacêutica Brasileira ou laboratórios certificados, dificultando o acesso de cartéis mexicanos que operam no mercado ilegal.
As principais finalidades legítimas incluem a Indústria Farmacêutica.
O fentanil em si é um medicamento essencial usado em todo o mundo como analgésico potente e anestésico para cirurgias, tratamento de câncer e dores crônicas intensas.
A produção legal desses medicamentos requer os mesmos precursores químicos (como NPP e 4-ANPP). Esses compostos são utilizados também em laboratórios para o desenvolvimento de novos fármacos e estudos sobre o sistema nervoso e receptores de opioides.
Algumas substâncias químicas da mesma cadeia de produção podem ter aplicações em setores como a fabricação de plásticos, corantes e outros produtos químicos finos, embora muitos precursores específicos de fentanil tenham utilidade industrial limitada.
A China passou a exigir também licenças de exportação específicas para 13 desses químicos destinados aos EUA, México e Canadá com o objetivo específico de conter o fluxo ilegal de insumos que os cartéis mexicanos utilizam para abastecer o mercado americano. A droga é então traficada para os EUA, com a maioria das apreensões ocorrendo na fronteira terrestre sul.
Os cartéis recebem os precursores químicos de outros países, processam o fentanil e vendem a droga, por vezed lites malhados, impuros, nos EUA, maiir mercado mundial de consumo.
Há tensão entre as concepções de combate à drogadição, também reconhevida vono um grave problema de saúde pública.
Em geral, os produtos químicos enviados para o México para serem processados em fentanil, ou, em menor grau, o próprio fentanil já pronto é enviado aos EUA por meio de remessas postais.
A rota predominante, no entanto, é um triângulo que envolve a origem dos precursores na China, o processamento ilegal em massa no México e, finalmente, o tráfico para os Estados Unidos.

Para seus fins públicos ou inconfessos, como "as armas de destruição em massa de Sadan Hussein nunca envontradas, os EUA classificam formalmente o fentanil ilícito e seus principais precursores como "armas de destruição em massa" "para endurecer o combate ao tráfico".
Os principais compostos químicos envolvidos na produção ilícita são:
4-ANPP (4-anilino-N-fenetilpiperidina): Considerado um precursor imediato, é um dos intermediários mais diretos para a síntese da droga.
NPP (N-fenetil-4-piperidona): Frequentemente utilizado nas etapas iniciais da fabricação.
Norfentanil: Um intermediário químico que também serve como marcador para identificar a fabricação de fentanil.
1-boc-4-piperidona: Um precursor que tem sido alvo de monitoramento internacional intensificado em 2025, com apreensões significativas para evitar que cheguem a canais ilícitos.
4-AP (N-fenil-4-piperidinamina): Utilizado para burlar controles legais anteriores, substituindo precursores mais antigos.
Anidrido Propiônico: Um reagente essencial adicionado na fase final da síntese para transformar os intermediários em fentanil.
O que Venezuela e Colômbia têm a ver com isso?
Maduro é o bode da vez, como Sadan apareceu para os EUA destruírem o Iraque de olho na hegemonia petroleira do Oriente Médio. .
O colombiano Petros entra na sala talvez por não ter aceitado fazer escada pra Trump nesta anedota velha em que o petróleo do povo venezuelano aparece como a grama mais verde do vizinho ianque.



11 dezembro, 2025

BANCO CENTRAL MANTÉM SELIC EM 15%. HADDAD DIZ QUE IMPACTO É NEGATIVO PARA A ECONOMIA

 O Banco Central (BC) manteve a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10). A decisão, unânime, ocorreu no mesmo dia em que o IBGE divulgou a queda da inflação oficial, medida pelo IPCA, para 0,18% em novembro.
O ministro da Fazenda Fernando Haddad considerou que os juros elevados impactam negativamente a capacidade produtiva do país. Chegou a declarar que, se fosse um dos diretores do BC, votaria pela redução da taxa de juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu, pela quarta vez consecutiva, manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 15% ao ano. Este é o nível mais alto para a Selic desde julho de 2006.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro ficou em 0,18%, o menor nível para o mês desde 2018. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em 4,46%, dentro do teto da meta contínua de inflação (que é de 4,5%).
Apesar da moderação da inflação, o BC optou mais uma vez "pela cautela, indicando que a manutenção dos juros elevados é necessária para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e não deu sinais de um possível corte de juros em janeiro."
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem criticado a manutenção da taxa de juros (Selic) em patamares elevados pelo Banco Central (BC), classificando-a como "excessivamente restritiva" e "injustificável". Haddad defende que a taxa deve cair para estimular a economia e argumenta que a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano é muito alta para o cenário econômico do país, "especialmente diante da reancoragem das expectativas de inflação e do esfriamento da economia".
O ministro tem defendido publicamente que o BC deveria, pelo menos, sinalizar a intenção de iniciar um ciclo de cortes de juros nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Haddad insiste que os juros elevados impactam negativamente a capacidade produtiva do país. Chegou a declarar que, se fosse um dos diretores do BC, votaria pela redução da taxa de juros.
Embora o tom das críticas, Haddad tem mantido diálogo com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e elogiado seu trabalho em meio à crise, embora ressalte que o patamar atual dos juros é insustentável e que a manutenção dos juros altos é um entrave ao crescimento num cenário econômico que já permite, e até exige, a redução da Selic.
O Federal Reserve (Fed) reduziu a taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, em sua reunião de 10 de dezembro de 2025. Esta foi a terceira redução consecutiva da taxa básica de juros, que atingiu o menor patamar desde setembro de 2022. A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) ficou dentro das expectativas do mercado financeiro.
O consenso entre economistas e a indústria é que a alta diferença nas taxas de juros entre Brasil e EUA (cerca de 11 pontos percentuais, com base nas taxas de referência recentes) atrapalha o desenvolvimento industrial e, de fato, cria um ambiente favorável à especulação rentista no Brasil.
Os juros elevados encarecem o crédito para empresas, tornando mais caros os empréstimos e financiamentos necessários para investimentos em expansão, modernização e inovação.
O custo logístico e financeiro elevado trava a competitividade das exportações brasileiras, já que produtos nacionais se tornam mais caros no mercado internacional.
Juros altos ainda desestimulam o consumo, especialmente de bens duráveis, o que reduz a demanda por produtos industriais no mercado interno.
Qualquer país que praticasse as taxas de juros do Brasil teria "recessões bíblicas", na visão de alguns economistas, destacando o efeito negativo no crescimento econômico.
A alta taxa de juros no Brasil atrai investidores estrangeiros em busca de retornos financeiros rápidos e elevados (o chamado "capital quente"), que se beneficiam da diferença de juros (diferencial de juros) entre os dois países.
Esse cenário beneficia primariamente investidores e bancos, que estão entre os mais rentáveis do mundo, enquanto a economia real, incluindo a indústria, sofre com a falta de investimento produtivo.
A política de juros altos no Brasil tem como objetivo principal alegado pelo Banco Central o controle da inflação. No entanto, seus efeitos colaterais geram um ambiente prejudicial à indústria e atrativo para o capital especulativo, que busca retornos financeiros de curto prazo em vez de investimentos produtivos de longo prazo.
Há quem assegure que o controle da inflação pelo Banco Central do Brasil não é apena um argumento retórico.
A questão central que se levanta é se o controle da inflação pelo Banco Central seria um objetivo genuíno ou apenas um argumento retórico, especialmente agora que a inflação está dentro da meta estabelecida.
O "Controle da Inflação" aparece como "um objetivo genuíno e legal". Atingir a meta de inflação é o mandato principal e a obrigação legal do Banco Central do Brasil desde 1999, e foi reforçado com a Lei da Autonomia do BC em 2021.
Não seria retórica porque o Banco Central usa ferramentas concretas, principalmente a taxa de juros (Selic), para esfriar a economia e controlar os preços. O fato de a inflação estar dentro da meta mostra que a política monetária funcionaria em termos técnicos para alcançar esse objetivo específico.
A questão de a meta ser uma decisão "teórica, extrapolada da realidade objetiva da economia do país" é o ponto de maior debate político e econômico:
Os que argumentsm a favor da meta argumentam que "a estabilidade de preços é um pré-requisito para o crescimento econômico sustentável de longo prazo". A inflação descontrolada desorganizaria a economia, reduziria o poder de compra dos mais pobres e afastaria investimentos.
Os críticos da meta, setores da indústria e alguns economistas desenvolvimentistas, argumentam que a meta de inflação é, muitas vezes, "baixa demais para a realidade estrutural do Brasil".
Para atingir essa meta, o BC mantém a taxa de juros em um nível tão elevado que acaba por sacrificar o crescimento econômico, o emprego e o investimento produtivo.
Pode-se concluir que o controle da inflação é um objetivo técnico e legal do BC e aingi-lo necessita da execução de uma política monetária que lhe permite o mandato.
O debate essencial, no entanto, não é sobre a existência da inflação, mas sim sobre o custo social e econômico de atingir a meta. Para muitos, o "remédio" (juros altíssimos) é pior que a doença (uma inflação talvez um pouco mais alta, mas com mais crescimento e emprego), esse o ponto de tensão entre a estabilidade monetária e o desenvolvimento industrial.

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