28 julho, 2008

a Cherry Blossom, que canta o amor


É tão fácil falar, nos dias de hoje de uma criança arrastada por sete quadras presa ao cinto de segurança do carro roubado de sua mãe, arrastada e morta de uma maneira tão feia, horrorosa.
É tão fácil falar nos dias de hoje de um homem atropelado por um veículo e arrastado por uns 15 quilômetros até uns matagais e deixado morto no acostamento pelo atropelador assassino...
É tão fácil falar de crianças atiradas pelas janelas de andares altos de prédios classe média e sobre pobres recém-nascidas deixadas na lama, no lodo, no lixo, bebês humanos abandonados nos terrenos baldios encontrados por cães que os cuidam muito mais que os odiosos pais e as desnaturadas mulheres feras que as pariram...
É tão mais fácil falar de crianças sendo vendidas por pais para o tráfico e a prostituição, de pais currando filhas crianças...
Tão comum e corriqueiro saber e até falar nos dias de hoje da polícia fuzilando das sombras da noite e mesmo à luz dos dias, disparando a esmo contra o que se mova para perguntar depois aos cadáveres onde teriam ido os bandidos que perseguiam, esses agentes públicos vis assim escudados em coletes, capacetes, escopetas e na ordem injusta e iníqua, mas principalmente no medo.
É tão fácil odiar nos dias de hoje, que maior desafio a quem é humano é falar de amor, elevar a voz para elogiar a necessidade de amar, lembrar de quem se ama, de quem se amou.
É muito, muitissimo bom ter na história amor para lembrar.
É muito, muitíssimo bom, ter na vida um amor para cantar.

Aplaudo vibrante a coragem e destemor de Cherry Blossom, que canta o amor.

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