15 abril, 2010

desnecessidade

Não foi bala, arrastão, espancamento,
Sequer avalanche de lama, inundação
Foi simplesmente choque elétrico
Num ponto de ônibus urbano, no gradil
Cidade que já foi segura, morte ignóbil
O infortúnio espreita a parada da universidade
ceifa vidas por um evitável nada
A autoridade é pela morte responsável
Difusa, confusa, obtusa, impensável
Milhões em propaganda pra uma travessia segura
Não pagam milésimo da vida arrancada ao jovem
Por um fio desencapado no aramado
Enquanto aguardava, ao fim do turno de aulas,
A condução pra casa num ponto de ônibus
Que dizer? Cuidado! Ponto de ônibus eletrificado!
Repetir o Rosa: viver é muito perigoso, é o diabo!
Não tema, o que a vida pede é coragem,
Não carece de tanta desnecessidade.

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Detalhes do fato

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