20 dezembro, 2012

CORAÇÃO RASGADO



Esse tom demasiado.
Esse som derramado.
Essa luz assim difusa,
aura e alma confusas.

Nada que parece é.
Nada provado está.
Tudo dirás que seja.
Menos que desejas.

Tanto espaço e vazio.
Pouco e nada menos.
Cais já sem um navio.
Velas sem os ventos.

Amarás como o louco.
És tão surdo, mouco.
Acharás é ainda pouco
um lamento seco e oco.

Rasgarás fundo o peito,
desse teu delírio refeito
calarás à faca teu corpo.

Esses versos absurdos,
são o inverso de tudo.
O universo deformado.
O teu coração rasgado.

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