14 dezembro, 2012

Da canção que não fiz


Como fazer versos em êxtase e júbilo? 
Que dizer mais do amor tanto já feito? Palavras descombinam das horas. 
Os versos se atrasam, as pernas bambeiam. Uma suave e boa música mais diria, talvez, da tão contagiante alegria do teu sorriso. A harmonia desatada das nossas carícias. Pulsa inda acelerado, em disparada, 
o coração transbordante, desencontrado, 
o todo descompassado. 
O pensamento à toa voa, 
afrouxada já a tesa corda do arco, 
tua flecha lançada, 
o alvo que rondava encontrou certeira. 
As rimas desarrumadas, 
desalinhado resta o poema, 
em retalhos de lençóis da cama 
ainda desfeita que me espreita. 
Teu perfume deixou aqui abrasados ensaios de gozo, 
que entusiasmado, 
que em segredo tão guardado 
chega aos céus em volutas. 
- ah, os doces e secretos devaneios! 
Beijo as nuvens, danço com as estrelas, 
o universo ampliado com arte. 
Repouso lento, seguro, firme, 
a minha mão na tua,
a minha pele também nua, 
acariciada de modo amoroso 
há muito suspeitado. 
Exaltado e liberto, 
dirão que novamente 
está o homem desarrazoado, 
de novo louco, 
a alma não mais esvaziada.

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