Se há uma profissão em que a vida é entrega e a emoção deva estar à flor da pele, no brilho do olho, no riso e na leveza dos gestos eu penso que é essa: palhaço.
E bem assim penso porque não é de outra maneira que as pessoas sentem o que o palhaço sinta ou finja.
Mais que o poeta, que finge dor, o palhaço finge a alegria, ainda que não a sinta, ainda que as dificuldades dele, de pessoa, sejam as minhas, as tuas, a de quem necessita da pecúnia para o sustento, e mesmo que ela apareça pouca e a messe seja grande.
Difícil é ver um palhaço em outra situação que não seja arrodeado de crianças e adultos, aplaudido às cambalhotas ou às piadas ligeiras sustentadas nos truques mais antigos e sempre repetidos e sempre seguidos de gargalhadas, porque mormente engraçados e benvindos.
O Palhaço é mais que rua, circo, humor ou entrega colorida ao divertimento de outro, principalmente dos pequeninos.
O palhaço é toda uma vida
Nunca tinha pensado nisso.Agora vejo que o palhaço é mais importante que eu, que ouso denominar-me poeta, porque ele traz alegria, enquanto eu trago algo não-sei-o-que, uma indefinição de vazio, algo abstrato...
ResponderExcluirSer palhaço é ser vida, quem sabe eu ainda troque de profissão...
Beijos.