03 janeiro, 2013

VELADA FANTASIA DO AMOR

O peso de sobre os ombros
quedou-se-me em escombros
de um tudo tornado um nada.

Tormenta então serenada,
me reencontro a pessoa
deixada, mesma e transformada.

Sou quem mais gosta de mim,
ainda, e mais ainda será assim
por razões que o mundo me dá.

Minha fortaleza é o amor,
não a quimera desconexa,
nem a ronda falsa da morte.

Resulta que é uma boa sorte:
livra-me de sofrimentos mais,
afasta-me da incerta quimera,
dos caprichos da hora incerta,
da fantasia de um cais seguro.

Essa nau que me navegava
por tormentas e bravio mar
é mais pesadelo que sonho
canto amuado de sereias,
gemido forjado em estanho.

Cerzida de areia e maresia,
velada, tosca, torpe epifania:
a fantasia do grande amor
na primeira vaga esboroou.

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