07 agosto, 2008
Eu canto o amor
Trançaste fogo e luz
da tecitura que seduz
fizeste o refúgio à fuga
desassossego aquietado
quedou-se alumiada aura
***
Meia-semana após as nove e meia,
o tempo já não se conta.
As horas anoiteceram
é a encarnada fenda
mais que rubra,
nem enrubescemos
amantes se nos damos,
como antes se deram
e se amarão amanhã
porque somos sóis,
estrelas a cometer cometas,
candentes, cadentes,
cadenciantes em ascenção,
entanto em crescente,
enluaradamente cheias
as auras iridescentes,
iluminadas iluminuras ardentes.
***
Tango remanesce
rememora bolero
sincopada polca
vanera maneirada
sobra passo-doble
Gitano e Carmem
que se amem
que ferve do frevo
à memória da febre.
***
Toda porta que se abre assim ao mar
dá vertigem aos que vão-se amar
em razão do belo horizonte distante
que despertar costuma o instinto
primário de quem escapou já do aquário
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