21 outubro, 2007

Ler é uma de minhas predileções... o que mais importa nesse perfil: sou leitora de Adroaldo Bauer.

Ize Oswald à frente de um quadro do avô, que replicou o retrato de Victor Hugo, em exposição no Louvre


Vida de correria, falta de tempo, exposição constante ao cenário imagético da vida cotidiana...
Quantos são os motivos que nos afastam hoje da ritualidade própria da leitura, que demanda do leitor disposição para se implicar com a “quietude” do livro.
Mesmo sendo amante inveterada de literatura, como não estou imune a este contexto, vinha há algum tempo experimentando a dificuldade de me envolver com este objeto de desejo.
E, diante da culpa por entregar-me ao ócio da leitura que interrompe o ritmo frenético do cotidiano, não hesitava em declinar deste prazer... Afinal, “Deus ajuda a quem cedo madruga”...
Mas eis que, como que caído do céu, o livro de Adroaldo, que conheci por acaso no Overmundo (bendito acaso!), me devolveu o direito à preguiça.
"O dia do descanso de Deus”. Se Deus descansa, por que eu, pobre mortal, não poderia também descansar?
Mal sabia eu que à preguiça divina sobrevém a insídia pérfida do diabo. Eu aqui de livro nas mãos deliciando-me com a novela - deixando de lado a rotina escravizante do dia-a-dia – enquanto as criaturas da novela se lascavam num redemoinho de tragédia.
Seria isso justo? Tanto não seria, que o descanso tão esperado não me foi dado...
Magistralmente fabricada, a trama não me concedeu sossego: a ausência de temporalidade linear exigiu de mim atenção e esperteza; o suspense me deixou tensa; o envolvimento com os dramas das personagens tirou-me o fôlego.
Adroaldo você não me deu descanso e, ainda assim, não me resta outra coisa senão lhe agradecer de coração.
Seu livro me devolveu o que Ítalo Calvino considera como faculdade humana fundamental: a capacidade de fazer brotar - do alinhamento de caracteres alfabéticos negros deitados sobre o papel - a sensibilidade e a imaginação, ingredientes sem os quais a vida não passa de uma página em branco.

Me chamam de Ize. Mas meu nome é Maria Luiza. Como a tradição me constitui, por parte de mãe sou Magalhães Bastos, e por parte de pai Oswald.
Sou carioca da gema: nascida, criada e vivida em Ipanema. Ler é uma de minhas predileções. Mas também gosto de passear, de ir à praia, de tomar chopp, de ouvir e contar histórias, de dançar, de conviver com gente, de me implicar com seus casos.
Também gosto de ser professora, profissão que desempenho na Faculdade de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Fiz o doutorado porque pesquisar é outra coisa que adoro fazer.
E, coerentemente com minha paixão pela leitura, essa é minha área de interesse no campo do magistério e da pesquisa.
Ia me esquecendo de dizer que sou “overmundana” e que essa condição fez de mim o que mais importa nesse perfil: sou leitora de Adroaldo Bauer.

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