04 dezembro, 2007

Infâmia!


por Juliaura Bauer

O próximo tão perto
A sanha inumana
Na jaula acoberta
o crime diplomado
a barbárie togada
O próximo tão perto
tão distante a alma
do amor
Prevaleceram-se
de meu corpo
menina injustiçada
nem ainda por crime julgada
deram-me o fel que mesmo o diabo recusou
na sede, a urina e o esperma embrutecido
vararam-me todas as fendas da carne nua
por turnos, diuturnos
para deleite do passeio dos coturnos
dos abutres embrutecidos togados
não me tiraram a vida, porque
a carne queriam fresca
para instilar-me a peste, a raiva
o gozo escárnio, de instantes ferais
nem sei de crimes tão funestos
que anjos caídos tenham tais penas merecido
nem tenho ainda vida tão longa
para sentença tão hedionda
que - covardes! - tantas cabeças
coroadas e mentes pestilentas executaram.
Infames!
Não morri!
Meu corpo será novamente são!
Minha vida outra vez só minha!
Meu amor apenas para quem me ame!
Degeneradas gentes do mal,
não esqueceremos da infâmia
Nem de vossos nomes.

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