08 dezembro, 2008

Um toque da Cida Almeida

Ufa!
Finalmente consegui aportar por aqui, depois de uma longa ausência. Peço desculpas a todos. É que tive uma semana difícil com a perda de uma pessoa muito querida, a dona Odina, justamente às vésperas do lançamento do meu livro – que só não foi adiado por absoluta impossibilidade de fazê-lo. A notícia boa é que o lançamento do livro foi um sucesso! E a receptividade também muito boa, com críticas elogiosas.
Mas o grande e inesperado presente foi a matéria do Adroaldo aqui. Sinceramente, não esperava tudo isso. E aqui, preciso contar um pouco dessa história. Foi numa quase-madrugada de julho que o Adroaldo me encontrou na rede (fato raro) e engatilhou uma conversa que me deixou atordoada. Ele umas três perguntas de dianteira e eu ainda patinando na primeira. Parecia samba do crioulo doido. Confessei o meu desconforto em dar entrevista e que gostava mesmo era da confortável posição de entrevistadora.
Não imaginei que aquela nossa conversa fosse render esse retrato de alma inteira. Bem, deixei aquela nossa conversa com jeitão de entrevista (que chegou a me apavorar) em stand by e fui cuidar de tecer as asas do livro-pássaro. Tudo pronto, hora de distribuir convites. Adroaldo, claro, primeiríssimo da lista. Ainda nem tinha pensado em divulgação e faltando apenas uma semana para o lançamento do livro, confirmando aquela história de que em casa de ferreiro o espeto é mesmo de pau. Ao responder o e-mail do meu convite, Adroaldo, polidamente, desejou muito sucesso e perguntou, meio que ressentido, se não havia me interessado pela entrevista. Resposta imediata: não só me interessava como contava com ela para iniciar o processo de divulgação do meu livro. E não poderia ter tido melhor começo ou estar em melhores mãos.
Na matéria saltam aos olhos do leitor a generosidade, o fôlego e a dedicação do Adroaldo. Esse é um presente para a vida toda! E o bom disso tudo é que o meu livro de certa forma expressa um pouco da arte do encontro. Escrever para o outro, inscrever-se no outro como tatuagem – como disse Maria Luiza Oswald – e, convictamente, escrever para encontrar o outro, sinto-me gratificada por um feito do meu livro: conter uma certa conotação de religação de Brasil, mediada pelo mundo virtual, o Overmundo. Assim como Mário de Andrade, me sinto um pouco em estado de graça por poder contar com a cumplicidade de irmãos do Sul e do Norte, eu que tenho minhas raízes profundamente fincadas no coração do Brasil, aqui nessa grandeza de sertão do Planalto Central que me habita. Imaginem o privilégio: apresentação do Flor da Pedra por Maria Luiza Oswald, uma educadora que cativa pelo olhar amoroso e sempre pedagógico, do Rio de Janeiro; prefácio, do músico e poeta Renato Torres, que tem uma poesia de primeira grandeza, de Belém do Pará; primeira matéria nacional feita por um jornalista piauiense-gaúcho. É ou não um fabuloso encontro de brasilidades? Estou muito bem acompanhada!
Adroaldo, guri, continue escrevendo com a mesma paixão, determinação e encantamento que produziram O Dia do Descanso de Deus. Sinto-me privilegiada por tê-lo como amigo. Interessante você ter feito referência a esquina, justamente uma das recorrências de Mário de Andrade, por abrir um mundo de possibilidades. Dobrei a esquina e um admirável mundo novo se abriu.

Muito obrigada a todos.

Mais do que Agrade_Cida.
Um abraço danado de afetuoso!

Cida Almeida · Goiânia (GO) · 8/12/2008 12:53

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