22 abril, 2009

amantes felizes à quebramar


Bastou que nos víssemos
nos abraçamos, em cumprimento nos beijamos
nos reconhecemos um no outro, ligeiro
o amor despertando nossos corações
ainda timidamente: vimos o mar, a areia,
as casinhas baixas,
o arvoredo, os pequenos barcos,
as redes antigas,
o perfil da gente simples...
nos separamos por uns momentos
e já nos queríamos
novamente juntos
e nos voltamos a beijar
e fomos ao mar ver outras pessoas
o que vemos nos aproxima ainda mais
agora conversar, rir, comer e beber juntos
e nos vimos apreciando as ondas quebrando
lentas na praia, crianças fazendo delas brinquedo
e ficamos enlevados,
levados por nosso pensamentos aos céus
os corações já agora acelerando,
o peito arfando, um beijo seguindo outro
as nossas bocas ávidas queriam ser mais
queríamos mais que beijos, mas nos continha
a circunstância, o entorno,
o vento nos açoitou e nos vimos abraçados
para nos aquecermos um ao outro também
e tu, macia aconchegava em mim teu corpo
suavemente sentia teu aroma, e desejava mais
e foi assim que nos vimos em quatro paredes
o mar lá fora, já, o céu apeara o sol
e fizera subir estrelas ao firmamento,
a lua em acalanto, as folhas das palmas
e das outra plantas assombravam
o pio de corujas misturava-se a nossos gemidos
foi rápido como não queríamos que tivesse sido...
mas foi lindo, agradável, nossa vez primeira.
Saímos bem cedo para um outro dia só nosso agora,
e fomos ver o mar açoitar as rochas
pedindo a elas em tormentosa agonia uma aproximação
uma impossível união, do que restavam véus,
espirrados aos céus, em busca do vôo das gaivotas,
mesmo os peixes e estrelas dali tiveram dó
da intermitente inconstância daquele encontro
nos evadimos da luta imemorial ainda sem final
a espuma batida da água na pedra, um orgasmo original
estamos abraçados, estamos os corpos suados,
nos beijamos, nos encontramos de tal modo exato,
preciso, justo, o viver tornado mais necessário
e, ainda que sem a constância incessante
nem a força ancestral do mar,
nosso corpos emanavam
ondas,
de suor
de calor
nos pediam
a emoção secular
do quebramar
nos ofereciam prazeres,
vários e múltiplos,
seguidos e desejados...
tanto esperados,
agora queridos, amada,
amados.
E restou que estamos felizes,
como seremos sempre
e nos queremos mais ver,
amantes demais muito felizes.

2 comentários:

  1. ...suas palavras, tocam minha alma que reflete através dos olhos marejados...só mesmo um poeta para oportunizar à minha existência a leitura das mais belas palavras que já li!!!!

    ResponderExcluir
  2. No silêncio desta tarde,estou aqui no seu poemar...
    Lindo!!!!
    O dia está terminando,
    pássaros, já estão rumo aos seus ninhos...
    A cada palavra sua que leio,
    uma emoção enorme se aloja dentro de mim...
    Parabéns pelos poemas...
    Amei!!!

    Beijos
    Lisa

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário no post. Seu retorno ajuda a melhorar a qualidade do meu trabalho.
Se você não é inscrito no blogger, clique em anônimo e deixe um nome ou endereço para contato.

Twitter Updates

    follow me on Twitter