08 março, 2013

DIÁRIO EM DEVANEIO NOTURNO

de KARINNE SANTIAGO

Arde em meu corpo uma paixão clandestina. Tal qual, o líquido adocicado da maçã que escorre nódoa. Confronto o esmalte na casca vermelha e tensa. Sentindo as fibras se confundirem com minha saliva. Ainda de olhos fechados apesar de romper a fruta, permaneço o pensamento no dono das minhas tempestades. É onde o meu próprio mar agita-se. Numa feminilidade impiedosa que não descansa o desejo resguardado. Ah, este abrupto sentimento em meu peito, onde antecipa constelações enamoradas de espanto. Encho-me de repentes bonitos tolhidos em palavras libertinas e poemas relutantes de censura. Comungo com o mundo o espírito de aventura. E ao me tornar aflita, sinto-me amada. A vivacidade do acalanto é em diversas vezes, o sonho esperado. Desconheço a quem posso confessar meu delicioso tormento. As puritanas anáguas das batinas ou as putas escancaradas na alcova. Antes, porém, advirto não me instiga conselho. Desde o céu até o inferno ou vice-versa, prefiro o infinito oblíquo da reticência…

Um comentário:

  1. Quanta honra!!!

    Obrigada por escolher um texto meu. Sabe da admiração que tenho por você e agora estou toda " Pimpona" (risos)...

    Beijos e beijos e beijos e beijos!!!!!!!

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