11 dezembro, 2007
Ordenas suave
Mesmo ordens tuas mais duras
chegam a mim gentis e suaves pedidos
E teus mais singelos pedidos
são comandos imperativos de ordem.
Anelo parar os relógios, suave assopro,
lenitivo conforto, ungüento e bálsamo
para tu'alma e corpo belos.
Desejo, sim, aplacar teu indormido ardor
se convidado à recôndita morada tua
eu, então, vela enfunada, bússola regulada,
quadrantes encontrados,
capaz seria, até, de tornar
manso o mar das travessas deidades
bebendo por nós todas as tempestades.
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A estrela se revela
É à noite que se revelam as estrelas outras
E não há nelas qualquer réstia de pecado
Uma invenção de pouco brilho de quem
Nos quis impor um único trilho
Se teus sentidos se deixam invadir
É porque sentes e consentes que o vôo
seja possível e transbordante de gozo
antevisto, pressuposto, adivinhado
pois já sentimos, ambos, o perfume teu
ele em mim por doces beijos aqui chegados
Sentistes os meus, que te enviei por um caminho de luz
Ou terei eu, por paixão, equivocado, perdido
O senso, vendo e ouvindo estrelas atordoado?
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Tu, sim!
Agora estás mais em mim
A cada minuto mais inteira
Encantas, douras os tempos
Inigualável, sendo apenas tu
Que me desafia a cada passo
Inteira e íntegra, eu dizia
Dos melhores sentimentos em mim
Que era cacos e revivi
Sendo inspiração és tudo então
Porque o espaço se dobra
relativizando o tempo
é perene então meu encantamento
Primeira és, porque única
que não encontro jamais o futuro
E o passado dissipaste em mim
Sem dor qualquer, linda mulher
Que ilumina vívida e meiga
Sopro que és, dádiva à vida
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In Vino
Acordei com um gosto bom
do vinho, da tua boca em mim
ou era teu batom carmin
da cor igual, adivinho.
Lembrei que não esqueço de ti...
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Antes que tarde
E na undécima hora,
antes que tarde
voltas a mim;
Entristecida parece estás,
sem poema n'alma
por razões mundanas,
que anjos não
se deixavam antes perturbar
mas é também tempo
de refletir
de repousar
dormir
sonhar
que amas
quem amas te visitará
em acalanto a te ninar
por certo que assim será
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Igual sem ser o mesmo
Meus públicos desejos
cobertos agora de teus beijos
Não mais os escondo
Mais: grito a um mundo redondo,
em meio à praça que amo
que tanto carinho a ninguém ameaça
À margem de um rio já sem ser o mesmo
olho as águas antes turvas agora translúcidas
tisnadas pelos reflexos dourados do sol
Não as temia escuras,
sem pressa me delicio nas transparências
porque só sei assim inteiro ser
mesmo sem lenço ou mais nada ter
E, por doces momentos, tenho você
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Mil beijos
Afogado em beijos
A mil o coração
O rosto afogueado
Leio, desejo vê-la.
Quiçá, amá-la.
Êpa! Alto lá!
É que já a amo
apenas por tê-la assim.
Mil beijos, onde os queiras sentir.
E não aceito que a nada te obrigues.
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