17 dezembro, 2007

Noite sem lua, dia de cão. Me salva o amor


A noite deixara em mim
dúvida que o sol pudesse
abrir-se uma vez mais
as estrelas foram dormir
antes de mim a lua,
ah, a lua sequer aparecera
tudo feneceu no breu,
sem a presença tua

Desfaleci, a alma prostrada, já madrugada
cedo o céu nublado, a névoa fosca
nem à esquerda me davam sinais de luz

faróis baixo acordaram-me em meio a manhã
o nevoeiro tornou-se chuva fina sedutora
a alma ainda dorida, sofrida noite sem ti
sem saber de que se tratava a tua aflição
disseras convulsa, eu atônito, ser máquina
da produção de dor em ti e alheia
creia em mim, creia!
exclamavas e eu podia sentir o pranto
desmoronando tuas fortalezas erguidas sinceras
abandonadas as quimeras, sonhadas esperas

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É meio-dia, é tarde
e nada ainda me falas
eu não sei mais ficar tanto sem ti
não quero ficar sem ti
mais tanto assim
Ah! Sei, acordas já
e me dirás, amor,
que lá fora o sol rebrilha,
tua dor passou e a vida
rejuvenesceu o jardim
de flores da tua alma
e também me amas.

-----

O sol já rebrilha na tarde
és em paz comigo, me basta
saber-me parte do silêncio
teu. És aquela a revigorar
frágil, mesmo inda cansada
porque mais me beija. E só
isso - não! - tudo isso, é
mais vida que me dás justo
tu que me ordena tão suave

-----

Não sonhei que te amava
Senti toda a minha alma
invadida por um perfume
que adivinhava teu. Era
mesmo teu, porque outra
fragrância assim não há
No mesmo momento, abala
minha convicção firmada
uma dúvida sutil, amada
sussurrastes em dolores
queixume de que me vais
uma hora outra dizer-me
não te apresses a tanto
nem te quero em prantos
mas livre estás querida
para dizer-me tua vida.

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