31 outubro, 2008

Colapso




Eu vou dizer a ela que sofro
A ausência do perfume dela
A falta do calor do corpo dela,
A memória do perfume dela
Mas eu temo que ela
Não mais me escute
Como eu penso nela
Eu temo dizer a ela
Que a amo
Eu temo dizer a ela
Que a quero
Eu temo amar
Tanto que a aprisione
Eu temo não suportar
Se não disser tanto a ela
Eu a queria aqui
Eu me quero lá
Eu e ela de mãos dadas,
Corações palpitando,
Não mais aflitos, ternos.
Eu a queria me acariciando
E, penso, me poderia querer também,
Não nos podemos ter-nos
Nem isso pode ser eterno
Não me basta mais a lembrança,
Que desvanece
Não me é suficiente e se prolonga a ausência
Conhecida, compreendida, suportada,
Amplia-se o tempo da inútil espera
É já angústia, quimera,
Eu não sei esperar tanto
Eu achei que sabia e suportaria.
Nem contar as horas, os dias,
Um tempo tamanho,
Não mais faço planos.
Desengano-me,
Não a quero fazer sofrer
É minha compulsão tê-la
Inda penso acordado que a amo.

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