17 agosto, 2009

Eros controverso

Eros, irresistível e belo,
De ofício e nome Cupido,
Do amor deus reconhecido
De controverso nascimento e sentido
Seria de Afrodite discípulo
Sequer dela nascido
Com Zeus, Caos, Hermes ou Ares,
O que é-lhe apenas atribuído
Afrodite não nega que seja dela
Queixa-se a Prudência,
De Eros permanecer criança
Por outra, Eros filho seria de Pínia,
Que o tivera com Poros, esse de porre.
Nas festas natalícias dela
De natureza amante da beleza,
Que bela, por certo, Afrodite era.
Eros nos levaria do Caos ao Cosmo.
Mas sendo só de Afrodite seguidor,
Nada nos garante dele o amor

Sem contestação, diz Platão,
Eros é filho de Pínia e Poros, então.
É sempre um pobre, afirma
Ser sem delicadeza alguma, confirma
Sequer belo como se crê, desfeiteia
É sujo, hirsuto, descalço, sem teto,
Deita-se sempre por terra,
Nada para cobrir-se possuiria,
Descansa dormindo sob as estrelas,
Nos caminhos e junto às portas.
Tal a natureza de Pínia, a mãe,
A pobreza sempre o acompanharia.
Espreita ele os belos de corpo e de alma,
Com sagazes ardis, corajoso, audaz.
Eros é um caçador temível, astucioso,
Das intrigas amante contumaz
Inventa expedientes, minucioso.
É filósofo o tempo todo,
encantador poderoso,
Fazedor de filtros, sofista.
Nunca é totalmente pobre,
nem sempre rico, egoísta.
Nem tão mortal, nem imortal,
Casado com Psiquê,
Uma história outra, inda mais deprê.

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