13 setembro, 2007

Em nome do amor




Vão acusar o poeta porque ama
E não reclama destes tempos
Foscos e insossos no poema
Vão perder a calma e a alma
Porque a lama infinita deixa gente aflita
Vão acusar de pueril, ingênuo e efêmero
O verso que não retrata o iníquo, o vil
Vão perder a calma porque a dor que há
Não veio à minha casa para tomar da flor o lugar
E ela, bela que se me faz desde onde está
Que floresce em nosso jardim
Resiste a tanta negação e disparate
Insiste em ser arte
Semântica insolente da vida
Que é bela desde o lodo
Que só agora é flor
Porque já foi semente
E é linda para os que amam
Prova de que mais se ama
Quanto mais amor existe
E, mesmo que saiba eu dos tempos
Miseráveis, violentos e tristes
De sonhos adiados,
Esquecidos
Engavetados ou traídos
Sabendo da exploração pela ganância
Não me convencerão de que não deva amar
Não deva cantar o amor
É com ele, que o trago no peito e na mirada
Que posso dar o que tenha para mudar
Em flores as dores que os de baixo sentimos
Para dizer às pessoas amigas
Que temos os mesmos inimigos
E que os venceremos cantando,
Caminhando com flores, sim,
E com o que mais necessário for
Em nome do amor

3 comentários:

  1. Lindo, poético, amante.
    O verdadeiro significado do que o poeta sente ao amar e escrever.
    Lindo.

    Beijos.

    Eduarda Petry

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  2. Pequenina,
    Esses versos dediquei a essa menina na foto, minha netinha Alana.
    Também pensava no amor como ainda possível entre seres humanos.
    Agradecido por teu carinho.
    Beijo.

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  3. Que gracinha!
    Também ganhava vários poeminhas de meu pai... eu adorava. =)

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