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29 junho, 2011

O Império Bandido completa um ano. Restam 300 exemplares impressos.

Carta à pessoa que lê o drama O império Bandido

Logo ao iniciar a leitura saberás da trama e adivinharás muito do conteúdo destas páginas. Meu objetivo inicial era o registro de um fato verídico: a chacina de três pessoas em uma favela. Publicados oito capítulos na Internet, uma leitora perguntou-me, duvidando, se alguma das personagens iam de fato morrer. Lamentava, ainda em 2007, cativada pelos primeiros movimentos das criaturas. Eu mesmo quase morri de infarto no intervalo entre essa pergunta e o fim da história, que pretendera concluir em 2008. Só a retomei em 2009. Tratei de dar fim ao drama e resposta às interrogações também de uma filha minha, que tolerava paciente em nossos almoços comentários sobre o avanço gradativo da trama, a saga das personagens, de uma em particular. Não vais matar essa também, né? O protesto exigiu-me criatividade, a mulher já voava pra morte.
Descrevo essas duas interações pra dizer que o drama não é uma história fechada no início, planejada. Adotei sugestões preciosas da amiga Glória Athanázio. Recolhi relatos da guerra de gangues em conversas no ônibus pra casa ao fim das jornadas de trabalho, apanhei um diálogo ao pé da janela de minha casa de dois meninos, quase crianças ainda, sobre traficantes de drogas, assalto à mão armada, um deles exasperado com ter de trabalhar 30 dias pra ganhar um parco salário, o outro alertando que o pai lhe falara sobre receber arma de terceiro pra assaltar: vais trabalhar até morrer pro cara que te arranjar o tresoitão...
A história mudou. De querela entre bandidos pobres, passou a examinar relações de poder, o tráfico de drogas como indústria, as decorrentes relações sociais dessa ordem bandida, pilar da ordem dominante, pois se realimentam uma da outra, espraiam-se como império, pois substrato fértil pra tanto havia.
Concluída a história, chega-me a fotografia de um soldado da ocupação estadunidense no Afeganistão armado até os dentes passeando vigilante em campos floridos de papoulas daquele país destroçado pela guerra. Dúvidas restantes sobre a abordagem se esfumaram. O texto reportava: seis anos após a ocupação militar, aquele país passara a líder mundial da exportação de heroína, responsável hoje por 97% da circulação dessa droga no planeta. Posso supor que algo similar ocorra em países onde esses técnicos assessoram a disputa de poder em nome da democracia e de alguma divindade.
Por fim, confesso pacto secreto com José Saramago: escrevi sem usar a grafia para pra essa preposição. Protesto como o mestre pelo desaparecimento com a reforma do acento da forma pára, do verbo parar.
Não escreveria para para descansar, mas pra descansar. Saramago não sabe dessa minha disposição. Basta que eu e tu saibamos.
Adroaldo Bauer

20 dezembro, 2010

O império Bandido tem já 600 exemplares distribuídos.



O tráfico de drogas entranhado no poder de estado constitui a trama da novela policial O Império BandidoTem lances imprevistos bem aparentados com a realidade e a vida comum de pessoas que quase conhecemos. Não se as conhece de fato porque não tem sobrenome as personagens.
A alegoria da ficção só perde em brilho pra vida real.

Drama policial, minha segunda novela tem também personagens que amam de modo desprendido, ainda que a perfídia da vida bandida dispute página a página as relações da história.

O Império Bandido, 42 capítulos, 230 páginas, edição do autor foi lançado em 15 de junho de 2010, em Porto Alegre. Já conta com 600 exemplares distribuídos,
  
Edito o blog



 


O Dia do descanso de Deus, minha primeira novela, é uma tragédia, também com trama policial. Esgotados os exemplares impressos da edição de 1 mil exemplares, está disponibilizada aqui no

04 agosto, 2010

Adroaldo Bauer e o novelismo investigativo

Resenha de Antonio José do Espírito Santo publicada no blog desse artista brasileiro.



A prosa é densa como chimarrão na cuia. A história contada é pantanosa e movediça, preso por um pé, logo a trama te prende o outro e o mergulho faz de você cúmplice culposo de tudo que te será narrado. Sem perdão, sem absolvição.

Os meandros das almas das personagens vão aparecendo aqui e ali, emergindo dos fatos da trama em que estão enredadas, irremediavelmente engolfadas até o fim do fio da novela que se desenrola inexorável. Elas, as personagens, falam alguma língua sulista, cheia de neologismos, aos olhos de nós os mais ao norte, palmilhada de subterfúgios, travestidos de mesuras e pretéritos, dizeres e desdizeres, às vezes finos como facas.

Algumas destas personagens chegam mesmo a falar pelos cotovelos, quase a querer contar mais que o próprio narrador-contador da história, o novelista também sulista na alma e na fala (embora seja do Piauí) Adroaldo Bauer.

O bom e melhor ainda é que a estrutura da história entrega a sua estética calcada até os ossos na melhor reportagem dos áureos tempos de nosso jornalismo investigativo, deliciosamente influenciado pelo barroco jargão burocrático dos termos dos autos e dos processos criminais mais rumorosos. Repórter-novelista é o que o Adroaldo Bauer é, portanto, nesta sua segunda e bem sucedida investida pela praia da literatura, com a empolgante novela ‘Império Bandido’.

É providencial nestes tempos de literatura ligeira e evasiva em que vivemos o surgimento de livros assim como o de Bauer. A prosa brasileira andava patinando na entressafra de uma pasmaceira sem fim, agravada pela enorme profusão de títulos banais despejados por aí pelas janelas escancaradas da internet, no que talvez sejam os estertores do livro de papel  (embora, como bem sabemos, o papel da literatura seja imperecível).

Na trama de ‘O Império Bandido‘, os detalhes mais íntimos e comezinhos de vidas atropeladas pela Operação Condor, os sequestros de filhos de militantes de esquerda nos anos de chumbo, aparece humanizando a raiz do mal brasileiro de negligenciar a liberdade das pessoas, o direito delas à vida e à informação. Ali o mesmo germe que tentou matar de morte o exercício de um jornalismo responsável é chaga, cujas mazelas de ferida aberta, contaminou-nos individualmente, expondo-nos todos a outras tantas iniquidades, violências e ilicitudes.

Como insinua a moral da novela, pode ter sido assim que nós, leitores-personagens de Bauer nos transformamos – não todos, mas muito mais do que devíamos – em povo acanalhado, traficante - drogado, acumpliciado pelo voto (e pelas opções oportunistas) com os donos do país, com os espertos barões de tudo, das finanças, das consciências e das drogas, que entre nós hoje em dia, quase sinonimizam a chamada ‘coisa pública’, tão imiscuída que está em nossa sociedade enferma.

É pois no meio destes tristes capítulos de nossa novela brasileira que os personagens de Bauer trafegam, insones, vigilantes, na lama e no esgoto. Cheguêva, Valafora, Carlota, Alzira, Nisso, e os outros, todos de algum modo heróis bandidos, vilões e vítimas, indiciados e com prisão preventiva eternamente decretada, detidos que estão numa trama cujo fim será, quase sempre, provisório.

Adroaldo Bauer investiga e noveliza o crime e o castigo, escrevendo assim a crônica de uma boa literatura anunciada.

Spírito Santo

Agosto 2010

08 julho, 2010

O Império Bandido já tem mais de 200 exemplares distribuídos

Menos de um mês do lançamento ocorrido, em 15 de junho, na Palavraria, onde está à venda por R$ 35,00, e ainda há menos tempo da sessão de autógrafos realizada em 26 de junho, no Caffè Benne Dicto, República 351, a primeira edição de 1 mil exemplares da minha nova novela O Império Bandido alcança hoje a marca de 205 exemplares distribuídos. Vendidos mais de dois terços desta quantidade.

Estou feliz como editor autor da publicação. Principalmente em razão de que o tempo em que isso acontece concorre em atenção com o torneio mundial de vôlei, em que o Brasil poderá ser pela nona vez campeão, com as férias escolares e, de quebra, com esse torneiozinho de futebol em que o Barcelona (oito deles formam a seleção da Fúria) poderá sagrar-se campeão. Desse o Inter de Porto Alegre já ganhou um campeonato mundial, nada a temer.



Se queres um exemplar, sê rápido: solicita pelo e-mail adroaldo@portoweb.com.br - te envio pelo correio, preço do frete incluído.

Também podes encontrar à venda na Banca da República, em Porto Alegre.

24 junho, 2010

Santa Irene Lopes comentou:


"Adroaldo e o Império Bandido. É preciso ler essa novela, cheia de emoções. Traz à memória todas as matérias feitas e lidas na Editoria de Polícia. Um estilo Adroaldo de ser. Comecei a ler e só fechei o livro quando a novela acabou. Parabéns meu amigo!"

18 junho, 2010

Im memorian de José Saramago

Foto fundação Saramago
Triste ficamos. A língua portuguesa desfalcada de uma grande riqueza, de forma e alma, enlutada.

Terminei de escrever O Império Bandido em janeiro de 2010. Retomara o fio da meada em outubro de 2009, de uma história iniciada ainda em 2007. Decidira há muito o pacto que exponho nessa carta que é minha introdução à novela recém publicada em 15 de junho, que autografarei em 26 desse mês, na Rua da República 351, Caffè Benne Dicto.
É também simples homenagem a um mestre, de um discípulo não muito novo, mas escritor de apenas duas novelas e alguns cadernos de poemas, admirador dos que bem resolvem as histórias em português.

Carta à pessoa que lê
Logo ao iniciar a leitura saberás da trama e adivinharás muito do conteúdo destas páginas. Meu objetivo inicial era o registro de um fato verídico: a chacina de três pessoas em uma favela. Publicados oito capítulos na Internet, uma leitora perguntou-me, duvidando, se alguma das personagens iam de fato morrer. Lamentava, ainda em 2007, cativada pelos primeiros movimentos das criaturas. Eu mesmo quase morri de infarto no intervalo entre essa pergunta e o fim da história, que pretendera concluir em 2008. Só a retomei em 2009. Tratei de dar fim ao drama e resposta às interrogações também de uma filha minha, que tolerava paciente em nossos almoços comentários sobre o avanço gradativo da trama, a saga das personagens, de uma em particular. Não vais matar essa também, né? O protesto exigiu-me criatividade, a mulher já voava pra morte.
Descrevo essas duas interações pra dizer que o drama não é uma história fechada no início, planejada. Adotei sugestões preciosas da amiga Glória Athanázio. Recolhi relatos da guerra de gangues em conversas no ônibus pra casa ao fim das jornadas de trabalho, apanhei um diálogo ao pé da janela de minha casa de dois meninos, quase crianças ainda, sobre traficantes de drogas, assalto à mão armada, um deles exasperado com ter de trabalhar 30 dias pra ganhar um parco salário, o outro alertando que o pai lhe falara sobre receber arma de terceiro pra assaltar: vais trabalhar até morrer pro cara que te arranjar o tresoitão...
A história mudou. De querela entre bandidos pobres, passou a examinar relações de poder, o tráfico de drogas como indústria, as decorrentes relações sociais dessa ordem bandida, pilar da ordem dominante, pois se realimentam uma da outra, espraiam-se como império, pois substrato fértil pra tanto havia.
Concluída a história, chega-me a fotografia de um soldado da ocupação estadunidense no Afeganistão armado até os dentes passeando vigilante em campos floridos de papoulas daquele país destroçado pela guerra. Dúvidas restantes sobre a abordagem se esfumaram. O texto reportava: seis anos após a ocupação militar, aquele país passara a líder mundial da exportação de heroína, responsável hoje por 97% da circulação dessa droga no planeta. Posso supor que algo similar ocorra em países onde esses técnicos assessoram a disputa de poder em nome da democracia e de alguma divindade.
Por fim, confesso pacto secreto com José Saramago: escrevi sem usar a grafia para pra essa preposição. Protesto como o mestre pelo desaparecimento com a reforma do acento da forma pára, do verbo parar.
Não escreveria para para descansar, mas pra descansar. Saramago não sabe dessa minha disposição. Basta que eu e tu saibamos.
Adroaldo Bauer

16 junho, 2010

O Império Bandido dá seus primeiros passos

As sombras e uma luz tênue deram abertura à sessão  de lançamento
e autógrafos do novo livro de Adroaldo Bauer, O Império Bandido.
 Jairo Klein, no estilo do corvo de Edgar Alan Poe.
Os trechos escolhidos do drama policial prenderam a atenção de uma seleta platéia.


Falei algumas palavras sobre o livro e agradeci a presença de todos, iniciando a sessão de auttógrafos, que se estendeu das 19 às 21h30min.


Leila Leite, amiga muito amada

 Barreto Poeta e Cristina Macedo


Ana Boll, nossos filhos, Alexandre e Helena Júlia, que levou duas amigas

Glória Athanázio, amiga, revisora, que fez gentil apresentação do livro meu
Kais Ismail, presença amável que muito me honrou.
 

 
 Malu Bittencourt (D), amiga de muito e sempre,
que nos trouxe Wanderley Falkenberg (C), e lembranças de muito
 carinho. Luís Heron, da Palavraria (E), Liane Schüler, uma especial amiga.

Santa Irene Lopes, Barreto poeta


Barreto, Cristina e Renato, poetas e também parceiros de saraus


Minha querida comandante Michele Sandri

Maria Rosa Gusmão, colega, e amiga
Zé Augustho Marques, poeta do Movimento Fala Brasil comigo


Idália Martins, companheira de jornadas políticas
várias.

Liane Schüler, amiga e parceira musical
Helena e Alexandre, filha e filho, queridas crias


Jorge Branco e Cristian Silva
companheiros das lutas necessárias



Wolnei e esposa, considerado colega e amizades despreendidas... das boas.



Katharine Nunes, jovem escritora, e Margarida Nunes, empreendedora cultural e amiga.




Rosane Scherer, fotógrafa, editora do Jornal e da Revista Fala Brasil, Jairo Klein, ator, amizades perenes.
Silvio Luís Gonçalves,
bom amigo, crítico fraterno  e advogado, com a poeta e amiga Cristina Macedo
Elinka Matusiak e companheiro(e), maestrina, cantora e amiga, Pedro Mazzan, músico e compositor, Silvia Abreu, divulgadora e Produtora. 

Feliz, agradeço a todas as queridas pessoas presentes na programação e a muitas outras que enviaram mensagens
que me alegraram a alma.

14 junho, 2010

O primeiro vagido!

Jé de pijamas, em casa, lendo o primeiro exemplar impresso de minha segunda novela. Indizível felicidade que reparto agradecido com quem aqui vem.

09 junho, 2010

O Império Bandido impresso será lançado terça, dia 15.6

O tráfico de drogas entranhado no poder de estado constitui O Império Bandido. A trama tem lances imprevistos e a vida comum de pessoas que quase conhecemos. A alegoria da ficção só perde em brilho pra vida real. Drama policial, a segunda novela de Adroaldo Bauer tem também personagens que amam de modo desprendido, ainda que a perfídia da vida bandida dispute página a página as relações da história.

O Império Bandido, 42 capítulos, 230 páginas, edição do autor com apoio da Proletra Editora e do Movimento Fala Brasil, será lançado em 15 de junho de 2010, às 19 horas, na Palavraria Livraria-Café, rua Vasco da Gama, 165, Bairro Bom Fim, Porto Alegre.

Escritor em prosa e verso, Adroaldo Bauer Spíndola Corrêa é técnico em comunicação social da Prefeitura de Porto Alegre, cidade em que vive há 57 anos. Jornalista, atuou na imprensa da capital em rádio, jornal e revista desde 1975. Colabora com o Jornal Fala Brasil, diversos sítios de cultura na Internet.

Lançamento do livro de Adroaldo Bauer - O império Bandido
Edição do Autor, 42 capítulos, 230 páginas.
R$ 35,00
Dia 15/06/2010
Das 19 às 21 horas
Palavraria Livraria-Café
Rua Vasco da Gama, 165 - Bom Fim, Porto Alegre.

19 maio, 2010

Convite de Adroaldo Bauer pra uma boa prosa

Lançamento e autógrafos da novela O Império Bandido

Dia 15 de junho de 2010 - Das 19 às 21 horas
Na Palavraria Livraria-Café
Rua Vasco da Gama, 165
Bairro Bom Fim – Porto Alegre


Dia 26 de junho de 2010 – Das 18h30min às 20h30min
Caffè Benne Dicto
Rua da República, 351
Bairro Cidade Baixa – Porto Alegre

O Império bandido é um drama policial em 42 capítulos.
Tem a ver com uma ordem paralela à legalidade, sustentada no tráfico de drogas.
As personagens são quase pessoas que conhecemos.
A criação, entanto, não pretende competir com o engenho e a arte da vida real.
Muito mais dolorosa, trágica e dramática.
Na trama ainda há amor, solidariedade, humanidade entre algumas personagens.
Imprimo como editor autor com apoio da Proletra e do Movimento Fala Brasil.
Ficção pura em 230 páginas, a R$ 35,00.
Contatos
adroaldo@portoweb.com.br

02 maio, 2010

Inicia a impressão de O Império Bandido


Minha segunda novela chamar-se-á O Império Bandido.
Um drama policial, edição de autor que a levo à gráfica amanhã.
Para escapar a confusões temáticas, apelos fáceis e inevitáveis comparações da espiritualidade ou da redução à religiosidade, também buscando distanciar do sobrenatural, mudei o título da obra adequando às circunstâncias reais e objetivas nela tratadas, eliminando o número 666, tido como da besta, do cão, do coisa ruim, do cramunhão, do diabo a quatro.
A Arte da Capa é de autoria de Carolina Machado, artista de 15 anos. Sintonia com o tema e a atualidade.
A apresentação é de Glória Athanázio.

27 abril, 2010

Glória Athanázio apresenta a novela O Império Bandido


O Império Bandido de Adroaldo



Glória Athanázio



Quando veio o convite fui tomada por um indescritível sentimento de lisonja. Eu já havia lido o livro. E mais, havia lhe revirado as entranhas em busca daquilo que alguns leitores encontram prazer íntimo em alardear: uma vírgula a mais ou a menos, um acento aonde não mais deveria estar, uma palavra mal grafada, uma frase sem sentido, aquele “algo que não se encaixa” dentro do texto.

Ler o livro ainda em fase de “gestação”, virar e revirar, tomar decisões e lutar por elas (o autor não é uma pessoa que facilmente se convença, há que haver argumentos muito bem fundamentados, pois se trata de um profundo conhecedor da nossa língua) já me foi uma distinção sem preço. Nesse andar, me encontrei teorizando que o ato de colocar um “manuscrito” em mãos alheias poderia ser comparável a posar nua – mesmo diante de um profissional calejado (e, em se tratando de literatura, não seria esse o meu caso) ou em frente a um confiável amigo fotógrafo. Refiro-me aqui à coragem de se expor a um primeiro olhar crítico (escancarar a celulite da alma, algumas estrias e imperfeições, quem sabe...). Diriam alguns que escrever já poderia ser pura e simplesmente considerado um ato heróico.

Terminada a tarefa, após algumas idas e vindas de textos, contente pela conclusão satisfatória, eis que sou convidada a criar a apresentação da obra. E aí os papéis se invertem... Se, por um lado, a honra me foi concedida, por sua vez, o peso dessa responsabilidade tratou de me travar durante bom tempo. Era eu sentar em frente ao computador e lá se ia a minha mente se projetando pra longe, para além dos pensamentos conectáveis em relação à apresentação do livro. Vinham-me imagens do sorriso bonachão desse amigo querido, lembranças da sua enorme boa vontade no sentido de estender a mão e auxiliar nas horas difíceis – imagem algumas vezes surgida no desenrolar da leitura do seu texto. Enxurradas de palavras inventadas e frases estruturalmente invertidas, que esse rapaz utiliza no dia a dia, assopravam nos meus ouvidos... “Feliz estou; Contente fico...”

Ai, frio na barriga! Meu Deus, o Luiz Pilla Vares escreveu a apresentação de O dia do descanso de Deus, o primeiro livro de Adroaldo Bauer... E agora, sou eu a receber essa honraria... Isso é simplesmente o máximo! E o gelo no estômago não sempre foi o combustível dos nossos maiores artistas e criadores? Não tem sido ele o tempero necessário às boas interpretações? Escrever, para alguns de nós, é necessário, como válvula de escape. Mas, lançar nossos escritos ao mundo sempre será um ato de coragem.

E agora chegou a minha vez! Foi partindo desse sentimento que me lancei ao texto de apresentação que tanto me agoniava: amei o livro! Pronto, falei! Percebi um texto coerente, cuja leitura fluiu (tanto que, durante o processo de revisão, algumas vezes, tive de retomar capítulos inteiros por tê-los devorado na ânsia de conhecer-lhes o final e, obviamente, não lhes direcionara o olhar adequado).

É uma história policial, fictícia, em boa medida temperada com doses de uma realidade impregnada da vivência jornalística do autor. Revela experiências duras, algumas realmente chocantes, vividas em ambientes do mundo e do submundo, experimentadas por criaturas humanas do sul do Brasil, mas que, seguramente, poderiam pertencer a qualquer parte do mundo.

O texto de Adroaldo tem ainda uma característica que a meu ver se sobressai, um tipo de linguagem de câmera, cinematográfica, conduzindo através dos caminhos por onde transitam os personagens, descrevendo cenas e cenários, dirigindo o leitor, como num filme, a vislumbrar riquezas de detalhes e de situações. Isso sem falar na marcante presença Adroaldiana nas soluções encontradas pelo autor para o desfecho dos dramas vividos por algumas de suas criaturas... Mas, para saber dela, recomendo: leia o livro!

25 março, 2010

O Império Bandido


Arte da Capa é de autoria de Carolina Machado, artista de 15 anos.  
Sintonia com o tema e a atualidade.
























Chamar-se-á O Império Bandido minha segunda novela, já revisada e a ponto de ser encaminhada à gráfica pra aventura de edição de autor.  Para escapar a confusões temáticas, apelos fáceis e inevitáveis comparações da espiritualidade ou da redução à religiosidade, também buscando distanciar do sobrenatural, reduzi o título da obra às circunstâncias reais e objetivas nela tratadas, eliminando o número 666, tido como da besta, do cão, do coisa ruim, do cramunhão, do diabo a quatro. Vá de retro capataz, exclama Juliaura Bauer!

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