23 outubro, 2009

De humores e filosofias vãs














Li que todo imperecível seria só figura.
Entanto, ainda, só o simbólico é perene.
O natural transmuda até mesmo em nada
Não mentem os poetas e as cartas jamais

São pessoas, com sentimentos
Mesmo vãos, baldados, espezinhados
Desprezados, sendo apenas poesia
Que mais um homem seria amando

O amor da amada almejando
Ah! Por quanto ainda a rejeição!
Interpõem-se amargura, rancores
Elevam-se ao altar os dissabores

O feminino em mim é rebeldia
Pela diferença maior e analogia
Quer, sim, duma velha, a sabedoria
Denuncia o descrédito à inteligência

Ouve estrelas, como já ouvimos o mar
E são diversas falas as de amor
A nos dizer de alturas e profundidades

Amor igual pelo que há e se move
Pelo ar que nos inspira e alimenta
Não nos serve a natureza morta

Nem morrer por amar se ostenta
Mesmo o menor poeta acrescenta
Grande é a poesia, se há o poema

Verdade é o sonho que se realiza
Queiram não deuses e deusas
[se existam, em platitudes escuras]

Ama o sonho porque ama a amada
Nem menor, nem maior, só loucura
O coração o movimenta letal

Almeja modesta aspiração
Ama assim sem remissão
Não esmorece, inda sem fôlego,

De aspirar melhor porvir
Vem ele das profundezas do ser
Do sonho mais acalentado de amor

Não há alma pura nas possibilidades
Há vontades e responsabilidades
Sei de erros e dos lugares meus

Chamado duro e seco crustáceo
Ao lodo salgado comparado
De tudo do pântano a alma próxima.

Quer , sim, o homem ser amado
Julgando o poeta embaraçaram poema
poesia, os humores e a vã filosofia

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